MUDANÇA DE COMPORTAMENTO

CSS Drop Down Menu by PureCSSMenu.com



terça-feira, 17 de abril de 2012

Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL 2011) – Parte IV


Prato do brasileiro tem dieta rica em gordura


Pesquisa do Ministério da Saúde detalhou hábitos do brasileiro à mesa: poucas frutas e hortaliças

A população brasileira se alimenta inadequadamente e consome gordura saturada em excesso: 34,6% não dispensam a carne gordurosa e mais da metade (56,9%) bebe leite integral regularmente. Os refrigerantes também têm consumidores fiéis, 29,8% dos brasileiros tomam a bebida no mínimo cinco vezes por semana.

Leia tabela com dados.

Ouça mais sobre o tema na 
Web Rádio Saúde.

Outro dado preocupante é o baixo consumo de frutas e hortaliças. Apenas 20,2%, ingerem a quantidade recomendada da Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de cinco ou mais porções ao dia. A conclusão é da última pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2011), promovida pelo Ministério da Saúde em parceria com Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo. O estudo retrata os hábitos da população brasileira e é uma importante fonte para o desenvolvimento de políticas públicas de saúde preventiva. Foram entrevistados 54 mil adultos em todas as capitais e também no Distrito Federal, em 2011.

O levantamento indica que as frutas e as hortaliças, fortes aliadas na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis estão sendo deixadas de lado por uma boa parcela dos brasileiros na hora da refeição. Segundo estimativas globais da OMS, o consumo insuficiente de frutas e hortaliças é responsável anualmente por 2,7 milhões de mortes e por 31% das doenças isquêmicas do coração, 11% das doenças cerebrovasculares e 19% dos cânceres gastrointestinais ocorridos em todo o mundo.

A organização também alerta que taxas elevadas de colesterol e triglicerídeos, causadas majoritariamente pelo consumo excessivo de gorduras saturadas de origem animal, determinam 4,4 milhões de mortes por ano, sendo responsáveis por 18% das doenças cerebrovasculares e 56% das doenças isquêmicas do coração.


Homens se alimentam pior

O Vigitel 2011 revelou que os homens, sobretudo os mais jovens, não costumam tirar a pele do frango ou a gordura da carne vermelha antes de comê-las. A população masculina consome quase duas vezes mais (45,9%) carne com excesso de gordura do que as mulheres (24,9%).

As hortaliças também não agradam o paladar masculino e estão ausentes na maioria dos pratos do homem brasileiro. Apenas 25,6% comem hortaliças e frutas regularmente (cinco ou mais vezes por semana). O percentual cai para 16,6% quando considerada a recomendação da OMS (cinco vezes ao dia). Já na população feminina, o percentual é de 35,4% para o consumo regular e de 23,3% para o consumo recomendado pela OMS.

A ingestão semanal de refrigerante também é bem superior entre os homens. A pesquisa mostra que 34,3% tomam a bebida no mínimo cinco vezes por semana. O indicador entre as mulheres, apesar de permanecer alto, cai consideravelmente, ficando no patamar de 25,9%.


Dieta é mais rigorosa entre os mais velhos

Com o passar dos anos, o brasileiro tende a diminuir a ingestão de gordura saturada e de refrigerantes. Se, entre os 18 e 24 anos, mais da metade dos homens brasileiros comem carne com gordura regularmente (51%), este índice cai para 27,6% entre aqueles que já passaram dos 65 anos.

O fenômeno se repete com o consumo de refrigerante. Entre os jovens com idade entre 18 e 24 anos, 43,5 % declararam tomar regularmente a bebida. Aos 65 anos, o percentual cai para menos de um terço, ficando em 13,7%. Em contrapartida, há aumento de consumo de frutas e hortaliças nas faixas etárias superiores. Entre os 18 e 24 anos, 15,5 % comem cinco porções diárias e 21,3% consomem cinco porções semanais. Aos 65 anos, os percentuais aumentam para 29,8% e 48,4%, respectivamente.


Grau de instrução influencia na alimentação

Aumentar o acesso à informação é uma importante medida para melhorar os hábitos alimentares do brasileiro. O Vigitel 2011 revelou que os costumes do brasileiro à mesa estão diretamente relacionados com a sua escolaridade: quanto mais anos de estudo, mais saudável é a alimentação.

Frutas e hortaliças estão presentes no cardápio de 44,5% dos brasileiros que concluíram, no mínimo, 12 anos de estudo. O percentual reduz para 27,5% entre as pessoas que estudaram até, no máximo, oito anos. Considerando a recomendação da OMS, as proporções vão para 29,7% para quem tem nível superior e 17,4% para quem não conclui o ensino fundamental.

A gordura saturada também é mais comum na mesa das pessoas com menos estudo: 37,3% comem carne com excesso de gordura e 56,9% bebem leite integral regularmente. Já entre a população com maior escolaridade, os percentuais registrados estão abaixo da média nacional, com 27,5% e 47,7%, respectivamente.


Publicação ensina a se alimentar melhor

O Ministério da Saúde distribui, gratuitamente, o “Guia Alimentar – Como ter uma Alimentação Saudável”. A publicação, em formato de bolso, traz os dez passos para uma alimentação saudável e reúne dicas e orientações para manter ou alcançar bons hábitos alimentares. A versão eletrônica está disponível no endereço eletrônico www.saude.gov.br/nutricao. O livreto também traz o teste “Como está a sua alimentação?”, no qual cada pessoa pode identificar os erros e acertos dos próprios hábitos.



Nenhum comentário:

Postar um comentário