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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

MG utiliza alta tecnologia para detecção de vírus

HIV E HEPATITE C

Ministério da Saúde lança próximas etapas para implementação nacional do Teste NAT. Tecnologia reduz tempo para a identificação mais rápida e segura dos vírus HIV e da Hepatite C

O Ministério da Saúde lança nesta sexta-feira (3), em Belo Horizonte (MG), as próximas etapas para a implementação nacional do Teste NAT em exames de sangue para a detecção dos vírus HIV e da Hepatite C. A estimativa é que, ainda neste primeiro semestre, o teste – que reduz a chamada “janela imunológica” para a identificação mais rápida e segura destes vírus – esteja implementado em mais sete hemocentros do país, chegando a 14 unidades inseridas na hemorrede pública brasileira.
“A utilização do Teste NAT é um avanço extraordinário para o Sistema Único de Saúde e a população usuária do SUS porque ele dá mais garantia e qualidade ao sangue, impedindo a possibilidade, que já era pequena, de transmissão dos vírus HIV e da Hepatite C”, explica o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães. Com este exame – tecnicamente denominado Teste de Ácidos Nucleicos – a janela imunológica ou o tempo em que o vírus permanece indetectável por testes cai de 22 para 10 dias, no caso do vírus transmisssor da aids; e de 35 para 12 dias, em relação ao vírus da Hepatite C.
“A redução da janela imunológica significa que, por meio dessa tecnologia inovadora liderada pelo Ministério da Saúde, elevaremos os níveis de segurança em todos os hemocentros do país dentro de pouco tempo”, reforça Helvécio Magalhães, ao destacar a redução do risco transfusional destes dois vírus a partir da utilização do Teste NAT.
Este exame é aplicado em países da Europa, nos Estados Unidos, na Austrália e no Japão. No Brasil, o Teste NAT já está implementado nos hemocentros Hemorio (RJ), Hemocentro de Brasília (DF), Hemosc (SC), Hemope (PE), Hemocamp (SP), Fundação Pró-Sangue (SP) e Fundação Hemominas (MG) que, juntos, respondem por cerca de 50% do sangue coletado no país. E as próximas Plataformas NAT serão implementadas nos serviços de hemoterapia de Ribeirão Preto (SP) e dos estados de Mato Grosso do Sul, Ceará, Bahia, Paraná, Amazonas e Pará, também inseridos na Hemorrede/SUS.
“Com o Teste NAT, temos mais qualidade e maior controle para a questão da transmissão (dos vírus HIV e da Hepatite C). O sangue passa por um conjunto de testes que é muito mais eficaz, refinado e sofisticado, tornando a transfusão originária desse sangue ainda mais segura. O NAT foi desenvolvido com tecnologia nacional, sem importação de produtos e com alta qualidade para a garantia do sangue”, acrescenta Helvécio Magalhães.
Este é um exame para a detecção de ácido nucléico. O Teste NAT identifica o material genético do vírus e não os anticorpos (como ocorre em outros exames), o que permite um resultado mais rápido e eficaz. Em Minas Gerais, a Fundação Hemominas utiliza o Teste NAT na triagem dos doadores de sangue desde o final do ano passado, atendendo à toda a demanda da hemorrede pública do estado, que tem a maior rede hemoterápica do país.

PARCERIAS – O projeto para o desenvolvimento de Testes de Ácidos Nucleicos (NAT) para a triagem de bolsas de sangue em serviços de hemoterapia vem sendo realizado por um consórcio público formado pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos–Biomanguinhos/Fiocruz, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), sob a coordenação do Ministério da Saúde. Também são parceiros do projeto a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia; a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás); a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e os centros que compõem a hemorrede pública.
Entre as etapas de implementação do Teste NAT destacaram-se a realização de um projeto-piloto com a participação do Hemocentro Coordenador de Santa Catarina e um estudo multicêntrico, do qual participaram o Hemosc (SC), a Fundação Pró-Sangue (SP), o Hemorio (RJ) e o Hemope (PE). Até este momento, já foram testadas cerca de 700 mil amostras utilizando-se a Plataforma NAT, com tecnologia totalmente nacional.
Para a oferta do Teste NAT em todo o país, o investimento do Ministério da Saúde será de aproximadamente R$ 17 milhões por ano. Estes recursos vão financiar desde a produção dos kits do teste até o controle de qualidade dos exames.

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