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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Consolidando a Rede de Atenção às Condições Crônicas: experiência da rede HIPERDIA de Minas Gerais‏

Informativo da rede APS



Estudo divulgado pela Redes de Atenção à Saúde http://new.paho.org/bra/apsredes  e promovido pela SES-MG revela impacto financeiro e na atenção à saúde a partir da implantação do modelo de atenção às condições crônicas em uma microrregião

A organização da assistência aos usuários diabéticos com controle metabólico ruim do município de Lagoa da Prata, por meio da Rede Hiperdia Minas, possibilitou uma economia de aproximadamente R$ 200 mil para a rede pública, além de melhorar a qualidade da atenção prestada aos 201 indivíduos avaliados. O estudo, realizado pela Secretaria Municipal de Saúde de Lagoa da Prata e pelo Centro Hiperdia Minas de Santo Antônio do Monte, mostra que deixaram de serem gastos com internações por diabetes e suas complicações R$ 54.312,00 e com a não amputação dos usuários, R$ 139.500,00, no período entre abril de 2010 a junho de 2011. O documento faz parte da nova linha editorial lançada pelo Portal Redes de Atenção e APS intitulada Inovação na Gestão: Experiências Locais, espaço privilegiado para divulgação de práticas inovadoras desenvolvidas pelos gestores do Sistema Único de Saúde no âmbito da organização da rede de atenção à saúde, disponível para download. O médico consultor da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais e autor da publicação, Ailton Cezário Alves Júnior, ressalta que essa economia é muito significativa para o município. “Só com a organização da rede para atender o diabético com controle metabolismo ruim o município conseguiu uma economia superior ao dobro do valor mensal repassado pelo governo federal para o Piso Básico de Atenção Básica (PAB Fixo) que é de R$ 80.472,00”, compara. Foram considerados no estudo estimativas de custos realizadas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar, Ministério da Saúde e Agência Nacional de vigilância Sanitária. Os diabéticos com controle metabólico ruim são atendidos de forma compartilhada entre o município e o Centro Hiperdia Minas de Santo Antônio do Monte, microrregião de saúde localizada a 211 km de Belo Horizonte, após serem selecionados e classificados conforme estratificação da doença pelas equipes da Estratégia Saúde da Família (81,35% de cobertura). “A Atenção Primária é a coordenadora da Rede que em parceria com a Atenção Secundária faz o acompanhamento do usuário”, explica Júnior. Para o manejo dos usuários são utilizados instrumentos como o Mapa Inteligente para cada micro-área, caderno de acompanhamento do usuário e o cartão de identificação e de programação da assistência para o hipertenso e diabético na Rede.

Resolutividade – A Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES/MG) comparou a resolutividade do Centro de Hiperdia de Santo Antônio do Monte com a de um Centro de Especialidades Médicas Tradicional para Hipertensos e Diabéticos, também financiado pelo Estado, no período de abril de 2010 a junho de 2011. Porém o trabalho foi parcialmente concluído, pois o Centro de Especialidades Médicas Tradicionalsequer dispunha de informações sistematizadas que pudessem indicar a resolutividade do serviço. “No centro tradicional, o usuário normalmente é atendido pelo médico, mas depois que acaba a consulta ninguém mais sabe o que acontece com esse indivíduo. Não há uma atenção programada e o impacto dessa atenção não é avaliado. Como resultado poderia citar um caso em que o usuário após 23 consultas especializadas realizadas em três anos perdeu a função renal, evoluindo para hemodiálise, o que é lamentável”, reflete Júnior.Já o acompanhamento de 609 hipertensos e 136 diabéticos assistidos no Centro de Hiperdiado Santo Antônio do Montepermitiu constatar a eficiência do Modelo de Atenção às Condições Crônicas preconizado pela SES/MG. Nesse grupo, 81% dos hipertensos reduziram a pressão arterial para níveis ótimos e 71% dos diabéticos reduziram o nível de hemoglobina glicada para taxas ideais, após três interconsultas no Centro. Ressalta-se que 63% desses hipertensos nunca tinham sidos atendidos por serviços de cardiologia anteriormente e 89% dos diabéticos nunca haviam sido acompanhados por serviços de endocrinologia. “As interconsultasresultam em um plano de cuidado que a Atenção Primária e Secundária seguem durante o acompanhamento do usuário”, explica Junior.A microrregião de saúde atendida pelo Centro compreende, entre outros, os municípios de Lagoa da Prata, Divinópolis e Santo Antônio do Monte. O Centro Hiperdia oferece atendimentos em endocrinologia, cardiologia, nutrição, psicologia, assistência social e serviço de enfermagem “Pé Diabético”, além de angiologia. Também realizam exames de eletrocardiografia, ecocardiografia, teste ergométrico, holter, monitorização ambulatorial da pressão arterial, doppler vascular portátil, entre outros.

Rede - 
O Centro Hiperdia Minas de Santo Antônio do Monte faz parte da Rede Hiperdia Minas, rede de atenção prioritária em Minas Gerais desde 2009 que beneficia mais de 2,6 milhões de mineiros, o equivalente a 13,61% da população. A Rede segue o Modelo de Atenção às Condições Crônicas para o SUS, elaborado por Mendes, o qual classifica os hipertensos por grau de risco cardiovascular e os diabéticos de acordo com o controle metabólico.

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